Castas Brancas

Alvarinho

A casta Alvarinho é uma das mais nobres castas brancas portuguesas. É uma casta muito antiga e de baixa produção, plantada maioritariamente na zona de Monção e Melgaço (Região dos Vinhos Verdes).

Nascida através do cruzamento das castas Petit Bouschet e Grenache, quando vinificada, surge com firmeza, taninos e muita cor. Acrescenta aos vinhos, volume, estrutura, concentração e enorme capacidade de envelhecimento. O Alvarinho proporciona vinhos com elevado potencial alcoólico, perfumados e delicados, com notas aromáticas díspares de pêssego, limão, maracujá, lichia, casca de laranja, jasmim, flor de laranjeira e erva-cidreira.

Antão Vaz

Nascida através do cruzamento das castas Petit Bouschet e Grenache, quando vinificada, surge com firmeza, taninos e muita cor. Acrescenta aos vinhos, volume, estrutura, concentração e enorme capacidade de envelhecimento.

Arinto

Oferece vinhos tensos e vibrantes, de elevada acidez natural e perfil marcadamente mineral, vinhos frescos e com bom potencial de guarda. Aromaticamente discreta, privilegia os apontamentos de maçã verde, lima e limão, acompanhados por um carácter vegetal e uma mineralidade pungente. Em circunstâncias muito particulares, pode adquirir carácter tropical, recordado o exotismo do maracujá.

Códega do Larinho

Os vinhos originados apresentam um caráter muito marcado pela fruta. Na boca mostra algum défice em frescura (pouco ácido), compensado com um excelente perfil aromático e grande persistência.

Fernão Pires

Uma das castas portuguesas mais antigas e, de longe, a mais cultivada das castas brancas. Está espalhada por praticamente todas as regiões vitícolas, com maior protagonismo no Ribatejo e na Bairrada.

A produtividade elevada, bem como a versatilidade, precocidade e riqueza em compostos aromáticos, ajudam a explicar a popularidade. Por regra, os vinhos de Fernão-Pires devem ser bebidos jovens. Apresenta aromas cítricos maduros (laranja) e notas de mimosa, tília e laranjeira, integrando-se na família de castas aromáticas como o Alvarinho, o Loureiro e o Moscatel.

Gouveio

Dá origem a vinhos de acidez firme e boa graduação alcoólica, encorpados, de aromas frescos e citrinos, com notas a pêssego e anis, com bom equilíbrio entre acidez e açúcar. Desfruta de boas condições para apresentar um bom envelhecimento em garrafa.

Loureiro

A flor de Loureiro é um dos principais descritores aromáticos desta casta, caracterizando-se ainda pela personalidade floral particularmente cristalina, com ênfase na flor de laranjeira, acácia e tília. As notas de maçã e pêssego relativamente comuns nos vinhos estremes. 

Malvasia Fina

Os vinhos anunciam, por regra, sintomas melados, no nariz e boca, vagas notas de cera e noz‑moscada, aliados a sensações fumadas, mesmo quando o vinho não sofre qualquer estágio em madeira. Os vinhos são tradicionalmente discretos, pouco intensos, razoavelmente frescos e medianamente complexos.

Rabigato

De origem duriense, esta casta estende-se por todo o Douro Superior. Apresenta cachos médios e bagos pequenos, de cor verde amarelada.

Os vinhos oferecem acidez viva e bem equilibrada, boas graduações alcoólicas, frescura e estrutura, características que a elevaram ao estatuto de casta promissora no Douro. Oferece notas aromáticas de acácia e flor de laranjeira, sensações vegetais e, tradicionalmente, uma mineralidade atrevida. Na boca apresenta uma acidez mordaz e penetrante, capaz de rejuvenescer os brancos do Douro Superior.

Síria

É uma casta entusiasmante nos aromas primários, oferecendo muita laranja e limão, sugestões de pêssego, melão, loureiro e flores silvestres. Contudo, tem tendência para oxidar rapidamente, perdendo a exuberância aromática inicial, obrigando a um consumo rápido.

Trajadura

Proporciona aromas discretos a pêssego, alperce, maçã e pêra madura, assistidos por agradáveis sensações a flor de laranjeira.

Verdelho

É nas ilhas da Madeira e Açores que a casta efetivamente prospera. Oferece uvas com acidez notável e açúcar razoável, utilizadas assim para os vinhos secos e generosos. Proporciona vinhos aromáticos e equilibrados, apresentando-se sob o estatuto de vinho meio seco.

Viosinho

É uma casta de boa qualidade e indicada para a produção de vinho tranquilo e de vinho do Porto. Apesar de pouco aromática, oferece um excelente equilíbrio entre açúcar e acidez, proporcionando vinhos estruturados, encorpados e ricos em álcool.

Castas Tintas

Alfrocheiro

É na região do Dão que a casta Alfrocheiro encontra o seu território natural. Presente em muitos dos vinhos da região, é considerada uma casta de elevada qualidade. O cultivo desta casta estendeu-se com sucesso às regiões do Alentejo, Ribatejo e à zona de Palmela. É uma casta bastante fértil e vigorosa, daí a necessidade da sua produção ser controlada, para que os bagos não percam qualidades, como a cor. É também importante controlar a vindima desta casta, pois apresenta uma maturação precoce e é bastante suscetível a doenças, nomeadamente à podridão.

Esta casta produz vinhos de cor muito intensa e com aromas que recordam flores silvestres, amoras maduras e especiarias. Por regra, dá forma a vinhos de taninos firmes mas delicados e estruturantes.

Alicante Bouschet

Nascida através do cruzamento das castas Petit Bouschet e Grenache, quando vinificada, surge com firmeza, taninos e muita cor. Acrescenta aos vinhos, volume, estrutura, concentração e enorme capacidade de envelhecimento.

Aragonez | Tinta Roriz

Uma das poucas a ser plantada e valorizada nos dois lados da fronteira, é a casta ibérica por excelência. É uma variedade muito produtiva, vigorosa e proveitosa, com tendência para apresentar níveis de acidez baixa. Se o vigor for controlado, oferece vinhos com elegância e robustez, fruta farte e especiarias, num registo profundo e vivo.

Cabernet Sauvignon

Amada pela sua versatilidade, resistência e aprumo, oferece vinhos de enorme longevidade que envelhecem com garbo e segurança. Os vinhos têm a cor profunda, bons taninos, ligeira acidez e aromas a cassis, folha de tomate, especiarias e madeira de cedro.

Jaén

É no Dão que a casta melhor se expressa, e onde se encontra melhor representada.

Esta casta, além de produzir generosamente, é também uma casta de maturação precoce. É bastante sensível ao míldio e à podridão. Os vinhos produzidos a partir da casta Jaen são essencialmente caracterizados pela sua cor intensa, baixa acidez e aromas intensos a amora, mirtilo e cereja. Apesar de ser uma variedade levemente rústica, proporciona vinhos macios e sedosos, que arredondam rapidamente, vinhos simples mas sedutores.

Rufete

A casta Rufete é essencialmente cultivada nas regiões do Douro e do Dão, sobretudo nas sub-regiões de Pinhel, Figueira de Castelo Rodrigo e Cova da Beira.

É uma casta produtiva e os seus cachos e bagos são de tamanho médio. É particularmente sensível ao oídio e ao míldio. Se atingir o tempo de maturação ideal, consegue produzir vinhos encorpados, aromáticos e capazes de permanecer muitos anos em garrafa. 

Syrah

Das castas estrangeiras presentes em solo nacional, é a variedade que melhor se adaptou ao clima rigoroso do Alentejo.

Os seus bagos são negros-azulados, e consagra frequentemente vinhos encorpados, ricos em matéria corante, e com elevada acidez e grande longevidade. Os seus aromas varietais lembram especiarias (pimenta-preta), violetas, frutos silvestres (groselha-preta, framboesa e amora-preta).

Touriga Franca

Desenvolve-se num ciclo vegetativo longo, proporcionando vinhos ricos em cor. Proporciona vinhos de corpo denso e estrutura firme mas, simultaneamente, elegantes. Por regra os vinhos sugerem notas florais de rosas, flores silvestres, amoras e esteva.

Touriga Nacional

É uma casta nobre e muito apreciada em Portugal. A abundância dos aromas primários é uma das imagens de marca da casta, apresentando-se simultaneamente floral e frutada, sempre intensa e explosiva.

Trincadeira / Tinta Amarela

A Trincadeira é uma das variedades melhor adaptadas à secura e ao calor do Alentejo. Dá corpo a vinhos aromáticos e frutados, tendencialmente florais, por vezes com apontamentos vegetais quando a maturação é deficiente, ricos em cor e acidez, ligeiramente alcoólicos e com boas condições para envelhecer bem em garrafa.

Vinhão

É a casta tinta mais cultivada na região do Vinho Verde, oferecendo vinhos de cor intensa, vermelho granada, de aroma vinoso, onde se evidenciam os frutos silvestres (amora e framboesa), sendo o sabor igualmente vinoso, encorpado e ligeiramente adstringente.